segunda-feira, 11 de abril de 2011

Minorias japonesas: imigrantes e credo

Os muçulmanos têm grande aceitação dentro do Japão, onde as mesquitas são centros em que a comunidade islâmica se reúne não só para rezar, mas também para confraternizar. As dificuldades enfrentadas se relacionam mais ao mercado de trabalho, dado que algumas mulheres têm dificuldade de conseguir um emprego devido ao uso do véu. Além disso, eles encontram obstáculos na compra de alimento com o abatimento correto.
A situação dessa minoria tem deteriorado desde o 11 de setembro de 2001, em função da pressão do governo americano sobre o governo japonês, para investigar possíveis terroristas no território japonês. O problema então se dá entre o balanceamento entre dois tipos de direitos: o direito à segurança e o direito à privacidade. O vazamento de dados de suspeitos de atividade terrorista pelo governo japonês ilustra o caso.
A inexistente incidência de atentados nas ilhas japonesas indica que não há atuação da Al Qaeda na ilha e, portanto não haveria razões para estas investigações. Todavia, argumenta-se comumente que o terrorismo não respeita limites, logo sua "caça" deve ser profunda e irrestrita.
Sobre o vazamento de informações de suspeitos, concluiu-se que o balanceamento pendeu muito para o lado da segurança, pois os requisitos para ser suspeito eram poucos (ser mulçumano e ter tido contato com pessoas fora do país) e as medidas, como prisão, foram excessivamente severas.
Entre os imigrantes, discutiu-se detalhadamente os dekasseguis, os quais são brasileiros descendentes de japoneses que vão trabalhar no Japão, principalmente a partir da década de 80. Contudo, enfrentaram e enfrentam problemas como a pequena oferta de escolas que ensinam o português – desta forma, os filhos dos dekasseguis acabam por aprender somente o japonês, não conseguindo se comunicar com os familiares em português. E ainda quando essas escolas existem, são de qualidade inferior à média japonesa. Assim, filhos de dekasseguis têm oportunidades inferiores aos japoneses e sofrem de algum preconceito da sociedade. Com a crise de 2008, muitos dekasseguis foram demitidos, e passaram por situações de extrema necessidade, passando até a mendigar.
Uma característica importante é que esta minoria não possui uma associação que defenda seus interesses e seus direitos, como os burakumin.
A situação dos imigrantes coreanos também foi debatida. Além de terem sido vítimas de violência histórica por conta da colonização japonesa, a divisão das Coreias também mostrou-se um problema, pois atingiu as identidades desses coreanos que viram do Japão seu país ser divido. Fez-se uma alusão a situação de Berlim, feita literalmente do dia para a noite. Citou-se ainda que a maior parte das escolas coreanas no Japão é ligada à Coreia do Norte e mandam recursos para o país.
Contudo, comentou-se que as placas de trânsito japonesas agora têm informações em coreano, o que indica uma maior integração cultural entre esses dois países também pelo turismo.
A política pan-asiática de Hatoyama foi lembrada, ainda que não tenha vingado por problemas de delimitação de países (uma vez que Rússia, EUA e EU queriam entrar). Foi dito que em muitos lugares da Ásia a homossexualidade é crime – tendo como exemplo Cingapura, em que intelectuais acadêmicos defendem a criminalização da homossexualidade.
Finalmente, discutiu-se no grupo sobre os chineses enquanto parcela considerável dos imigrantes no solo japonês – a discriminação sofrida por estes é bem menor daquela dos coreanos, mulçumanos e dekasseguis.

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